
Picasso
Frio
Ele vem por trás, ela percebe, não se vira. Ele toca seu ombro. As mãos frias, suadas. Ela sente nojo.
Finge se arrepiar. Afasta-o. Diz:
- Ai, que frio, suas mãos estão geladas.
- Você vive com frio, mulher doente, frígida.
Ela faz que não ouve.
- Gostava da minha terra, todo dia sol.
Ele volta para o escritório. Ela sabe que está inseguro.
Nela a certeza de que nunca mais terá a mão tépida e forte do outro.
Deixou-o num rompante. Pegou o caminho do sul, cansada da pobreza.
Nunca mais sorriu como antes.
Você precisa ser um membro de Portal Luis Nassif para adicionar comentários!
Entrar em Portal Luis Nassif