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João Virgílio.
Concordo com o "arroz com feijão", mas o gosto e o hábito da leitura pode advir das emoções geradas na referida "pecinha"
Pedro Salazar said:Uma pecinha de teatro com o 'mito' do oráculo de apolo proclamando quem era o mais sábio da grécia; o raciocínio de Socrates decorrente da honestidade intelectual em conflito com a crença no oráculo; sua decisão "Sei que nada sei" e uns diálogos encenados tendo a estrutura da maiêutica embutida.
O problema: a idade ideal para o ingresso na disciplina.
OBS: Todas as minhas considerações são voltadas para o ensino médio. Deixo a outros mais capacitados a discussão do nível superior.
João Vergílio Gallerani Cuter said:Tudo bem, Salazar... Mas não vamos nos esquecer do principal: o feijão com arroz. Sem desenvolver habilidades básicas de leitura, pôr um aluno diante de um texto de Platão seria tão contraproducente quanto pôr um iniciante diante de uma partitura que esteja acima de suas capacidades e dizer - "Não importa que pareça difícil. Vá tentando, que você consegue." É um método que só funciona com gênios. Com pessoas normais, como eu e você, é um desastre. Melhor fazer o aluno treinar algumas escalas antes.
Salinas,
O problema de fundo permanece: como induzir mudanças significativas no curto prazo, utilizando os escassos recursos de que dispomos? O bônus me pareceu uma boa idéia. Sozinha, é claro que não resolve nada.
Anarquista, sua visão do assunto é muito semelhante à minha. Devo dizer que é muito bom ver alguém com posições parecidas.
Levamos para as salas de aulas muito daquilo que somos, muito de nossa formação básica.
Posso estar muito enganado em minhas convicções mas penso uma educação mais humana e menos técnica. Penso na valorização do indivíduo, respeitando suas fragilidades e enaltecendo suas qualidades. Professores com humildade suficiente para entender que aquele aluno com deficiências merece toda atenção para que ele venha a se integrar com os mais avançados.
Tenho 15 anos de sala de aula no ensino técnico e nunca recebí uma avaliação negativa de meus alunos.
Motivos?
1- Humildade para entender que devo ajudar os alunos a superarem suas deficiências mediante uma escalada rumo ao alto de sua auto-estima.
2-Empatia para ver nesse aluno aquele que fui um dia e que teve suas deficiência também.
3- "Seduzir" o aluno com as práticas referentes aos conteúdos teóricos.
4- Capacidade de mostrar ao aluno as aplicações do aprendizado em seu dia-a-dia.
Não sou dono fluência textual da maioria dos comentaristas, principalmente devido à minha principal característica que é a simplicidade ao me expressar. Tenho idéias para aplicação em educação. Talvez não as saiba expressar de forma erudita o suficiente para agradar pessoas que destinam verbas, mas continuo achando que a integração de tecnologias multimídia, professores e alunos poderia gerar um crescimento pessoal e institucional muito grande.
Mas, ja tentei aprovar meu humilde projeto em várias instituições e nunca consegui.
Para encerrar eu acredito que o professor deve ser valorizado em todos os sentidos para que o aluno possa ser igualmente valorizado.
Há 15 anos vejo os alunos receberem melhores salários que seus professores com poucos anos de trabalho.
Em minha opinião bônus é um band-aid para curar fratura exposta. E é um bônus, jamais será um salário ou fará parte do mesmo. Suas futuras aposentadorias que o digam.
A comparação com o halterofilismo não é de maneira alguma exagerada, Salazar. Se há um BOM uso que poderíamos fazer da filosofia na escola é exatamente esse: halterofilismo mental. A idéia que dei da leitura de Platão (um diálogo relativamente simples - o Fédon, por exemplo) não era uma brincadeira. Com um roteiro inteligente de perguntas e respostas que induzam a compreensão dos pontos principais, é perfeitamente factível fazer a leitura de todo o diálogo numa classe de aluno de 16 anos que tenham recebido uma formação básica próxima do razoável. Que sejam capazes de ler, entendendo, o editorial de um grande jornal, por exemplo. (Estamos longe disso, concorda?) Para uma criança assim, a leitura de um diálogo de Platão ao longo de um semestre sob supervisão semanal não é uma missão impossível. E servirá, mesmo, para ela desenvolver ainda mais sua capacidade de leitura.
Mas, vamos devagar. Agora, temos que pensar em como conseguir que as crianças tirem notas superiores a cinco num exame muito simples de português ou matemática. É esse o tamanho da encrenca, não é? Abraço. João.
Gesil,
É naquela universidade que fica no meio da estrada que liga Ilhéus a Itabuna, não é? Santa Cruz, se não me engano. Já estive por lá - lugar lindo, gente boa. É de propostas assim que a educação brasileira precisa. Coisas relativamente simples e factíveis, que introduzam mudanças no curtíssimo prazo.
Acho que você devia apresentar seu projeto aqui. Pelo menos você está imerso na prática, tem resultados. Se eu fosse você nao me preocuparia muito com a falta de "grandes discursos" e de erudição teórica. Aliás, quer saber? Cultura humanista é importante. Mas cultura científico-matemática tb é, mesmo para a formação do raciocínio crítico, cidadania, etc. Sou lingüista e, no desenvolvimento dos meus estudos, sofro com a grande dificuldade de ter feito Normal, onde nao se aprendia quase nada de Matemática e Ciências. Hoje me interesso por Neurociência, e nao tenho base para entender certos assuntos. Sou obrigada às vezes a fazer como fazia em criança, em que lia certos livros, como o Viagem ao Céu de Lobato, e pulava todos os trechos em que ele queria ensinar demais no meio da história. Agora pulo as equações, sou obrigada a acreditar que os autores estao fazendo bom uso delas.
Lacyr said:Anarquista, sua visão do assunto é muito semelhante à minha. Devo dizer que é muito bom ver alguém com posições parecidas.
Levamos para as salas de aulas muito daquilo que somos, muito de nossa formação básica.
Posso estar muito enganado em minhas convicções mas penso uma educação mais humana e menos técnica. Penso na valorização do indivíduo, respeitando suas fragilidades e enaltecendo suas qualidades. Professores com humildade suficiente para entender que aquele aluno com deficiências merece toda atenção para que ele venha a se integrar com os mais avançados.
Tenho 15 anos de sala de aula no ensino técnico e nunca recebí uma avaliação negativa de meus alunos.
Motivos?
1- Humildade para entender que devo ajudar os alunos a superarem suas deficiências mediante uma escalada rumo ao alto de sua auto-estima.
2-Empatia para ver nesse aluno aquele que fui um dia e que teve suas deficiência também.
3- "Seduzir" o aluno com as práticas referentes aos conteúdos teóricos.
4- Capacidade de mostrar ao aluno as aplicações do aprendizado em seu dia-a-dia.
Não sou dono fluência textual da maioria dos comentaristas, principalmente devido à minha principal característica que é a simplicidade ao me expressar. Tenho idéias para aplicação em educação. Talvez não as saiba expressar de forma erudita o suficiente para agradar pessoas que destinam verbas, mas continuo achando que a integração de tecnologias multimídia, professores e alunos poderia gerar um crescimento pessoal e institucional muito grande.
Mas, ja tentei aprovar meu humilde projeto em várias instituições e nunca consegui.
Para encerrar eu acredito que o professor deve ser valorizado em todos os sentidos para que o aluno possa ser igualmente valorizado.
Há 15 anos vejo os alunos receberem melhores salários que seus professores com poucos anos de trabalho.
Em minha opinião bônus é um band-aid para curar fratura exposta. E é um bônus, jamais será um salário ou fará parte do mesmo. Suas futuras aposentadorias que o digam.
Anarquista,
Concordo plenamente que o prédio está em chamas. Mas acho que temos que pensar em maneiras práticas e factíveis de apagar o fogo no curtíssimo prazo. Proponho deixar de lado, por um momento, a questão salarial. Não que não seja uma questão relevante. É claro que é. Mas recomposição salarial é necessariamente política de médio e longo prazo. Além disso, faz com que toda a discussão fique contaminada por um viés "sindical". O salário é esse que está aí, e continuará sendo mais ou menos esse nos próximos dez anos. Nesse meio tempo
Prezada Anarquista,
Eu sempre fui contra esta estória de não haver Matemática, Química e Física para o curso "Normal". Nunca achei uma justificativa convincente para isso. Acho que fica tudo desequilibrado.
Por outro lado, sou professor de Física e Matemática e percebo que, na grande maioria das vezes, os problemas que meus alunos sempre tiveram nestas matérias começam sempre com a dificuldade de interpretar os textos das questões. Falta leitura e autoconfiança a nossos jovens.
Anarquista Lúcida said:Acho que você devia apresentar seu projeto aqui. Pelo menos você está imerso na prática, tem resultados. Se eu fosse você nao me preocuparia muito com a falta de "grandes discursos" e de erudição teórica. Aliás, quer saber? Cultura humanista é importante. Mas cultura científico-matemática tb é, mesmo para a formação do raciocínio crítico, cidadania, etc. Sou lingüista e, no desenvolvimento dos meus estudos, sofro com a grande dificuldade de ter feito Normal, onde nao se aprendia quase nada de Matemática e Ciências. Hoje me interesso por Neurociência, e nao tenho base para entender certos assuntos. Sou obrigada às vezes a fazer como fazia em criança, em que lia certos livros, como o Viagem ao Céu de Lobato, e pulava todos os trechos em que ele queria ensinar demais no meio da história. Agora pulo as equações, sou obrigada a acreditar que os autores estao fazendo bom uso delas.
Lacyr said:Anarquista, sua visão do assunto é muito semelhante à minha. Devo dizer que é muito bom ver alguém com posições parecidas.
Levamos para as salas de aulas muito daquilo que somos, muito de nossa formação básica.
Posso estar muito enganado em minhas convicções mas penso uma educação mais humana e menos técnica. Penso na valorização do indivíduo, respeitando suas fragilidades e enaltecendo suas qualidades. Professores com humildade suficiente para entender que aquele aluno com deficiências merece toda atenção para que ele venha a se integrar com os mais avançados.
Tenho 15 anos de sala de aula no ensino técnico e nunca recebí uma avaliação negativa de meus alunos.
Motivos?
1- Humildade para entender que devo ajudar os alunos a superarem suas deficiências mediante uma escalada rumo ao alto de sua auto-estima.
2-Empatia para ver nesse aluno aquele que fui um dia e que teve suas deficiência também.
3- "Seduzir" o aluno com as práticas referentes aos conteúdos teóricos.
4- Capacidade de mostrar ao aluno as aplicações do aprendizado em seu dia-a-dia.
Não sou dono fluência textual da maioria dos comentaristas, principalmente devido à minha principal característica que é a simplicidade ao me expressar. Tenho idéias para aplicação em educação. Talvez não as saiba expressar de forma erudita o suficiente para agradar pessoas que destinam verbas, mas continuo achando que a integração de tecnologias multimídia, professores e alunos poderia gerar um crescimento pessoal e institucional muito grande.
Mas, ja tentei aprovar meu humilde projeto em várias instituições e nunca consegui.
Para encerrar eu acredito que o professor deve ser valorizado em todos os sentidos para que o aluno possa ser igualmente valorizado.
Há 15 anos vejo os alunos receberem melhores salários que seus professores com poucos anos de trabalho.
Em minha opinião bônus é um band-aid para curar fratura exposta. E é um bônus, jamais será um salário ou fará parte do mesmo. Suas futuras aposentadorias que o digam.
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