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Uma perguntinha para mal-entendedor: quem condenou eles a esse mundo, João, amigos?
Ninguém em particular, e todos nós, de um certo ponto de vista, Luiz Carlos. Talvez nossa diferença seja essa. Eu penso em reformas graduais. Você, em mudanças globais: tudo, ou nada. Nesse ponto, só posso dizer que eu vejo a política, hoje, como um palco do qual as reformas globais foram excluídas. Isso não roubou de mim o entusiasmo, nem o ideal de igualdade. Mas, como eu já disse antes, comecei a ver esse ideal como uma idéia reguladora, uma espécie de bússola moral. Nâo acredito que se possa fazer mais do que isso no espaço aberto pelo jogo democrático contemporâneo. Gostaria que fosse possível manter o horizonte antigo das grandes mudanças, mas não acredito que seja.
Aqui, finalmente, chegamos ao fundo da questão. Quando digo que me desespera ver a esquerda não pensar em termos mais operacionais, quero dizer exatamente isso: grande parte da esquerda não aceita o desafio da luta pela igualdade tal como ele se coloca hoje. Com isso, se descredencia para o objetivo maior da política, que é governar. Os eleitores sentem na pele que, por trás do idealismo e do entusiasmo de vocês existe um desejo, que é compartilhado, mas não existe um plano, que é necessário. O presidente Lula, com todos os seus defeitos, percebeu isso com perfeição.
Neste ponto, de fato, existe um abismo entre nós. Acho vocês um pouco alucinados (assim como vocês devem me achar um pouco reacionário). Mas, pelo menos, têm os olhos voltados para o Brasil real, e não para o próprio umbigo. A direita, num país como o Brasil, me dá nojo.
Abraço,
João
Paulo,
é importante o registro que voce fez acerca do livre pensar.
será que os nossos discursos tão seguros não serão perigosamente limitadores da participação de pessoas que estão acompanhando o debate?
Já participei de outros blogs e experiencias colaborativas na rede e aprendi que, se não houver esforço ativo de mediação - que é o nosso caso - é cada um por si. Limita muito a genese de ideias e sintese de temas correlacionados. Mas, não deixa de ser um reflexo do meio academico em que vivemos. Cada um tenta falar com mais propriedade que o outro. Debates na USP são um espetaculo digno das pugnas das arenas romanas.
Pão e circo, meu caro.
Pão e circo...
Poxa, Ana... Você me acha esquentado? rs...
Paulo,
acho que isto tudo é tão complexo que arrisco um palpite sobre a razão do Glauco ter ficado tão zangado, mas que a AnaLú reinterpretou, ao dizer: Glauco, o Paulo estava CRITICANDO o que você tb critica, ou, pelo menos, mostrando que o nó do problema está ali, na falta de sentido para os alunos do ensino oferecido, dizia ela.
Glauco e AnaLú, ontem e hoje vcs marcaram momentos muito importantes do debate, por isto deixo o papo para amanhã. Somados as colaborações de cada um, aqui já tem muito, mas muito caldo. Será que a gente vai conseguir administrar nossas diferenças (a mim parecem menos de conteúdo e mais de forma... olha ela aí de novo... ) e produzir algo consistente. Mesmo que não com o pragmatismo tão imediato, como o desejado pelo nosso amigo João Vergílio, mas com um pragmatismo mais de longo prazo, digamos...
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