Cada vez mais fica claro o quanto a “Era Vargas” foi fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país. Somente para citar algumas das suas realizações mais importantes, nós temos:
1) A CSN, que começou a ser construída em 1942 e sem a qual a industrialização do país não teria sido possível, e que foi a primeira grande siderúrgica brasileira. Antes dela, tínhamos pequenas siderúrgicas espalhadas pelo país, usando de uma tecnologia obsoleta;
2) A Vale do Rio Doce, que foi criada na mesma época da CSN e que quando era estatal já havia se tornado uma das maiores empresas de mineração do mundo;
3) O BNDES, que foi criado pelo governo Vargas em 1952;
4) A Petrobras, que foi criada pelo governo Vargas, junto com o monopólio estatal do petróleo, em 1953;
5) A CLT, adotada em 1942, e que transformou os direitos trabalhistas em um direito permanente no país, sendo fundamental para promover a inclusão social dos trabalhadores naquela época.
6) A criação do PTB, que promoveu a inclusão política dos trabalhadores no cenário nacional, fazendo com que eles se tornassem uma peça decisiva nas disputas políticas, sociais e eleitorais brasileiras do período 1945-1964.
E a importância da herança ‘Varguista’ ficou claro, mais uma vez, nesta crise global, que provocou a derrocada do Neoliberalismo em todo o planeta.
Afinal, quais foram dois dos principais instrumentos utilizados pelo governo Lula para fazer com que o Brasil superasse os efeitos da mesma antes dos outros países? A Petrobras e o BNDES. Ambos, criações varguistas, portanto.
E ao contrário do que se pensa, não foi o Fascismo a principal linha teórica que influenciou o governo Vargas mas, sim, o Corporativismo e o Positivismo. E nenhuma das duas era
Fascista. O ‘Estado Novo’ ganhou esse nome devido à influência do governo português de Salazar sobre o governo Vargas. E Salazar era um ditador, mas não era Fascista.
Se bem que temos que fazer uma ressalva importante aqui, que é quando chamamos Vargas de 'Ditador'. Não se trata de negar a repressão e a violência praticadas pelo seu governo durante, e principalmente, a Ditadura do Estado Novo (1937-1945).
Mas, algo que precisa ser devidamente levado em consideração é que, naquele período da história brasileira, não havia, de fato, nenhuma força política ou movimento político, que fosse verdadeira e autenticamente democrático no país. Prestes defendia o modelo do 'Socialismo' soviético, que de democrático não tinha nada. Plínio Salgado era outro líder importante do período e que defendia uma versão brasileira do Fascismo europeu, que era o Integralismo.
Em muitos outros países (na Europa e na América Latina) as Democracias Liberais viviam a sua mais séria crise e muitos duvidavam que ela sobreviveria, devido à ascensão do Socialismo soviético e do Nazi-Fascismo.
Assim, todos os principais líderes e movimentos políticos do período defendiam algum tipo de governo autoritário ou ditatorial, fosse do lado das Esquerdas, fosse do lado das Direitas.
Então, Vargas pode ter sido um 'ditador', mas qualquer outro líder que tivesse chegado ao poder, no Brasil, naquele momento, teria se transformado em um Ditador.