Ainda não vi comentado aqui, o ‘xis’ do problema, dos nossos pretensos serviços de ‘banda-larga’. Sim, porque está mais do que claro, e é repetido neste espaço, inúmeras vezes por dia: temos um serviço de qualidade ridícula (quando temos), porque nem sempre, o que se paga (para quem pode pagar), está disponível, as 24 horas do dia.
Já passei pela Br-T/Oi, Net e agora, estou com a GVT. Ainda não consegui chegar à conclusão, qual é o pior. Só posso dizer que é possível que o da Net seja o menos pior – pelo menos, não ‘cai’, dezenas de vezes por dia. Mas todos são sofríveis. E os 10% da velocidade nominal, que as ‘operadoras’ afirmam garantir, é a piada mais expressiva do ‘pacote’. Contratei com a GVT, 10 MB/seg nominais – como ‘cai’ a todo instante, nem os tais 10% me são disponibilizados permanentemente. E a ‘linha’ telefônica anexa, sem mais nem menos, produz ruídos absurdos, durante a maioria das conversações.
Não sei dizer, se isto é parte de alguma ‘Divina Comédia’ – 'latu sensu', instalada pela sapiência galática da dupla de ‘clowns’ FHC-Sérgio Motta, ou tem como palco, apenas a parte do ‘Inferno’ – cujo gerente geral, tudo indica ser o ‘gênio das finanças’ (na acepção da dupla mencionada), Daniel Dantas.
Contudo, o que eu queria destacar, é outro aspecto da questão, até agora não abordado.
Hoje, em nosso País, temos apenas 4 (quatro) ‘backlinks’, ou seja, ligações físicas, autorizadas, com o mundo exterior da Internet: três privadas e uma pública – Embratel, Telefônica, BrT-Oi e RNP – Rede Nacional de Pesquisas, esta última, de uso das universidades e instituições públicas de pesquisa. Portanto, quem não dispõe de acesso à RNP, só tem a escolha de se servir desse cartel privado, versão atual das ‘cinco irmãs’ do petróleo, de meados do Século XX. É claro que, supostamente também aqui, há outras provedoras de acesso, fazendo figuração na ponta do consumidor. No entanto, todas passam por esse gargalo, ‘pagam pedágio’ a essas ‘três irmãs’. Além do que, todas terem participações acionárias cruzadas entre si – caracterizando cartel, monopólio, ou o termo que se queira usar.
Quem tem o privilégio de trabalhar numa organização servida pela RNP e, quando em casa, é obrigado a usar ‘o resto’, conhece muito bem as diferenças. Se formos comparar, a ‘largura de banda’, estado a estado, ou do País como um todo, a relação entre RNP e rede privada, é de 1:3 a 1:4; ou seja, a RNP tem de 20 a 25% do total de banda disponível. No caso do Paraná, a RNP (gerida pela UFPR), tem disponíveis 40 Gigabits/seg; a rede privada, sei lá, uns 150-200 (Embratel + BrT-Oi). Se formos fazer um cálculo simples, da disponibilidade ‘per capita’ ou por consumidor, as diferenças são absurdas; os milhões de brasileiros, submetidos a esse tipo de serviço, dividem algo como 0,0 kb/ps em média; no horário de pico, essa rateio deve ser negativo; ! O que em resumo, leva à seguinte conclusão: enquanto uns ‘navegam’, num barco fazendo água (com o remo numa mão e o balde na outra !), outros, esperam, esperam, esperam – revezamento 10.000 / 2.000.000.
A qualidade da RNP é compatível com a internacional e a privada, digna do velho seriado ‘Os Flintstones’ – Bedrock sensibilizada, agradece ! Afinal, as ‘três irmãs’ estão fazendo o melhor que podem ! Alguém acha que ‘ressuscitar’ a Telebrás é mancada, maluquice, saudosismo ? Ou vamos todos para a Telefonica, do recente apagão em São Paulo ?