Conheça a jornalista que inspira personagem tetraplégica em novela | |||
G1 Pessoa mais ideal, portanto, não poderia haver para “treinar” Alinne Moraes nas suas cenas em “Viver a vida”. Na novela do autor Manoel Carlos, a atriz interpreta Luciana, uma top model que perde todos os movimentos do corpo em um acidente, mas que dará a volta por cima até o final da trama. “Alinne e eu somos parceiras”, diz Flávia, que desde maio se encontra frequentemente com a atriz para dar conselhos e esclarecer dúvidas sobre a rotina das pessoas com deficiência, além de compartilhar memórias de sua trajetória de superação. “Assisti a gravações e ela consegue fazer todo mundo chorar nos bastidores: os câmeras, os outros atores... Ninguém escapa!”, revela. “Eu me emociono também, mas nem é pelo fato de ver tanto da minha história na saga da Luciana, mas por ter a oportunidade de acompanhar de perto o desempenho de uma atriz tão brilhante”. Na última segunda-feira (16), foi ao ar a cena em que a personagem de Alinne se desespera ao descobrir que não poderá mais andar. A sequência mostrou Luciana reagindo com revolta e derrotismo ao diagnóstico da tetraplegia – tal qual Flávia no passado. “Acredito que essa seja a reação inicial de todos que passaram por um problema como esse. Andam dizendo por aí que minha história inspirou o autor da novela, mas não é verdade”, ressalta. “Sou apenas a consultora da Alinne. Dizer uma coisa dessas é até injustiça com o Maneco”, opina Flávia, fã do autor bem antes de ser convidada pela produção da Rede Globo para orientar a atriz em cena. “Não somos heróis, nem vítimas” Flávia adianta que o vale de lágrimas pelo qual passa a personagem de Alinne dará lugar à perserverança nos capítulos de “Viver a vida” que estão por vir. “Aceitei com muita alegria o convite para contribuir com a novela, que, enfim, mostrará a realidade dos cadeirantes”, comemora. “Nas minhas palestras, sempre falo que a mídia costuma nos retratar de maneira heróica ou como vítimas. Nós não somos nem uma coisa, nem outra: temos nossos altos e baixos.” Segundo a consultora, vários aspectos da vida das pessoas com deficiência serão explorados na trama - da escolha da cadeira de rodas à redescoberta da sexualidade. “A Luciana é linda e vai recuperar sua vaidade. Vai querer voltar a usar roupas da moda e verá que certos modelões ficam ótimos no cabide, mas para uma cadeirante fica um desastre”, explica. “E que mulher nunca passou por uma situação dessas?”, indaga Flávia. A "parceira" de Alinne não sabe dizer se a personagem, assim como ela, conseguirá a maior das vitórias: a maternidade. “Quando engravidei, um médico chegou a sugerir um aborto, porque meu corpo não seria capaz de suportar um parto. Se eu fosse uma pessoa desinformada, talvez tivesse seguido o conselho”, conta. “Mas sempre acreditei ser capaz de tudo, por mais que existissem dificuldades”, revela a mãe coruja dos gêmeos Mateus e Mariana, de dois anos e meio. |
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