O PAPEL E O PAPELÃO DA IMPRENSA
Nos momentos mais duros e difíceis, quando a recente ditadura militar mantinha uma censura cruel e implacável em todos os níveis, lutávamos e sonhávamos ter no país uma imprensa livre e crítica e, assim, contribuísse para que as pessoas saíssem da alienação. Sonhávamos também que as pessoas reagissem e aprendessem a manifestar-se nas ruas.
Naquele período, as principais manchetes nos jornais, revistas, rádios e telejornais eram sobre futebol, enquanto as coisas que aconteciam de relevante e fundamentais para o povo permaneciam intocadas pelos meios de comunicação. O povo dormia em berço esplendido sobre o som do “Eu te amo, meu Brasil” e a empolgação com a conquista da copa do mundo de futebol de 1970. O povo impassível era alimentado em sua alienação pela imprensa.
Parecia que a imprensa se prestava mais ao papel de publicitário do governo, enquanto a inflação corria solta, enquanto pessoas eram torturadas e mortas, enquanto o desemprego e a pobreza eram alarmantes, enquanto o FMI mandava e desmandava na política econômica do país, enquanto a censura coibia a arte de expressar-se livremente, enquanto os movimentos sociais eram sufocados. O silêncio e a conivência da imprensa eram lugar comum. Tínhamos no geral uma imprensa bajuladora. Muitos órgãos de imprensa tinham interesse em manter as coisas como estavam. Tinham interesse em manter intocáveis certos assuntos. Como se diz: “tinham rabo preso”, pois, estavam beneficiando-se em fazer o jogo do governo. Assim, eram mais bajuladores do que críticos.
Para conseguir conquistar a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, muitos foram perseguidos, torturados, mortos ou simplesmente, colocados no ostracismo pela mídia. Hoje, graças a resistência daqueles que lutaram por um país livre e democrático, vivemos plenamente o direito de expressão, incluindo, inclusive, as atuais redes sociais. Chegamos ao ponto extremo, aonde toda tolice e qualidade duvidosa ganha espaço e visibilidade. Mas, é salutar, de certa forma, pois, isso faz parte do aprendizado democrático. Ainda estamos aprendendo a praticar a democracia em todos os níveis. E, não há outro jeito. Para aprendermos só a prática pode conduzir-nos a experiência da tolerância com opiniões divergentes. Nesse sentido, podemos dizer que, apesar das aparências contrárias, estamos evoluindo. E, é justamente isso que não pode ser interrompido.
Hoje, assistimos uma imprensa mais livre (no sentido que pode falar o que quiser) e puder ser mais crítica. O fato é que uma democracia só pode fortalecer-se com uma imprensa livre, que possa denunciar os desmandos, os abusos e a incompetência dos governantes. É uma pena, contudo, que boa parte da imprensa brasileira não seja tão livre, pois, estar condicionada aos seus interesses econômicos e, assim, ainda permanece tendenciosa. Critica veementemente aqueles que não lhe dá espaço, ou melhor, quem não favorece seus interesses econômicos e continua a bajular aqueles que lhe favorecem economicamente.
Hoje, vivemos um paradoxo: desejávamos vê o povo manifestar-se livremente nas ruas, contudo, o que assistimos é uma massa de manobra ir às ruas induzidas pelas elites econômicas, impulsionada por esses meios de comunicação que desejam exclusivamente defender seus interesses econômicos a despeito de qualquer avanço social.
Desejávamos a liberdade de expressão e temos que assistir aqueles que detém o poder, como formadores de opinião, utilizarem suas forças para benefícios escusos, camuflados de arautos da liberdade, mas não passam de lobos em peles de cordeiros. Conseguem a simpatia dos incautos, ignorantes e reacionários de plantão. Tática fácil e covarde.
Mas, seja como for, essa luta dialética vai fortalecer-nos e nos fazer evoluir democraticamente, pois, enfim, precisamos agora aprofundar a essência da democracia: a liberdade.
É importante que a imprensa continue denunciando tudo que nos afete socialmente, inclusive, toda tendência golpista que nos retire essa liberdade.
Não podemos esperar que a imprensa seja favorável a qualquer governo, não é esse o seu destino, apesar de que, na prática, sempre existe aquela que faz justamente isso.
É muito bom que o povo brasileiro estar indo para a rua, que está descobrindo sua força. É importante que a imprensa tenha liberdade de exercer um posicionamento crítico. Porém, é pena que esse aprendizado está em risco, justamente porque há um segmento da imprensa que está utilizando esse espaço democrático para, contraditoriamente, colocá-lo em xeque. É uma pena que, estimulados por uma imprensa comprometida apenas com os seus interesses econômicos, embora, finja agora ser livre, ainda existem aqueles que se permitem ser enganados e induzidos por manipulações mascaradas que, no fundo, escondem posições elitistas e antipopulares, de fato.
Hideraldo Montenegro
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Quando esta colocado "Hoje, vivemos um paradoxo: desejávamos vê o povo manifestar-se livremente nas ruas, contudo, o que assistimos é uma massa de manobra ir às ruas induzidas pelas elites econômicas, impulsionada por esses meios de comunicação que desejam exclusivamente defender seus interesses econômicos a despeito de qualquer avanço social."
Precisamos conceituar, com o mais claro possível, o que seja:
Elite Econômicas - São TODOS que possuem "SOB SUA RESPONSABILIDADE" vultosas quantias para "ADMINISTRAR", isto é, não, necessariamente, precisam ser o "DONOS", quando então, chamo sua atenção para o documento “Será que conseguimos identificar quem é MERCADO ?", o documento "Libertinagem ou Liberdade de Expressão - Inclusa a própria Mídia", o documento “Gmail - Quando a HIPOCRISIA nos é apresentada cotidianaMENTE",o documento “ArmínioANDANDO FragarosaMENTE ", o documento “A Quem interessa o CAOS pela Instabilidade Política ?", o documento “Escrache me remete a Desfrute no desfrute", que estão mencionados no documento “Charles de Gaulle estava certo”, https://pt.scribd.com/doc/273778439/Gmail-Charles-de-Gaulle-Estava-Certo , onde estamos desenvolvendo reflexão sobre a certeza de que “o Brasil não é um País sério”, agravado pelo “CAOS JURÍDICO”, calcado no “PURO FAZER DE CONTAS”, aviltado, agigantado, pela disputa entre os 3 (Três) Poderes Institucionais (Legislativo, Judiciário e Executivo) com a parcimônia do Ministério Público (4º Poder Institucional de Fiscalização) e da Sociedade Brasileira formalmente organizada.
interesses econômicos - Os Interesses Econômicos dos Meios de Comunicação podem ser colocados em dois Grandes Grupos, onde o Primeiro é o Interesse Econômico do DONO da Mídia, e o segundo é o Interesse Econômico de um seu Patrocinador, como é apresentado no documento “bush é Responsável por Crimes contra a Humanidade”, https://pt.scribd.com/doc/2184771/bush-e-Responsavel-por-Crimes-con... , onde apresento a íntegra da Denúncia encaminhada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos de que "bush" é Responsável por Crimes contra a Humanidade, bem como, no documento “A Copa Foi Para MIM, e Para Alguns Outros, Que Como Eu, TRABALHAM”, http://pt.scribd.com/doc/234187739/A-Copa-Foi-Para-MIM-e-Para-Algun...; , onde estamos tantando relacionar as expúrias manipulações politiqueiras ao CAOS JURÍDICO representado pelo recesso parlamentar, com férias prorrogadas, independentemente da Obrigação Constitucional de Votar a LDO, com também no documento “Carlos Vereza ter calma é prudente”, http://pt.scribd.com/doc/224911065/Carlos-Vereza-Ter-Calma-e-Prudente , onde emitindo considerações empíricas, sobre as declarações efetuadas pelo ator brasileiro, Carlos Vereza, em um vídeo por ele postado na internet, com a intenção de provocar uma reflexão sobre a Guerra de Informações.
Com o necessário destaque a Assimetria da Informação que é uma Área da Economia.
Abraços Respeitosos,
Plinio Marcos
Plinio, bom demais sua presença. Bom demais as suas informações. agradeço a presença. Pena que só li agora.
abraços
p.s: mas, não sou tão pessimista. acho sinceramente que estamos aprendendo a construir uma sociedade mais justa e, através de todas estas manifestações, haverá um crescimento.
Prezado Hiderldo,
Me desciulpe pela demora em agradecer suas gentis palavras, que soam como balsamo aos meus mais sinceros sentimentos de Cidadania.
Quando falamos em manipulação de MASSA temos em mente o possível, e concreto, DESCONTROLE, uma vez que, tendo sido iniciado um tumulto suas consequencias são imprevisíveis.
Hoje, esta se fomentado um sentimento latente de "rixa" entre "tribos", entre "pessoas", das mais variadas formas, e a pior delas, é a calcada em pseudo "partidarismo", uma vez que, centralizam TODA uma História de Corrupção a um único partido, e pior, a uma única Pessoa, que é a Presidente de República Federativa do Brasil, portanto, sem uma avaliação NECESSARIAMENTE IMPARCIAL, sinto estar sendo envolvido por uma próxima, e indesejável, guerra civil, tendo em vista, que os fomentadores não acreditam que isto seja possível, contudo, além de Brasileiro, PACÍFICOS por Natureza, TEMOS BRIOS, bem como, um "rato" acuado torna-se um "Leão".
Logo, em desequelíbrio "Sócio-Econômico" não consigo vislumbrar crescimento em qualquer Sociedade, pelo contrário, exemplos, vários, atuais, nos mostram o reflexo da penúria, do sofrimento, da forma, de desarticulação social, da eliminação de moral, que obrigam tantas a simplemente tentar fugir, mesmo com a possível própria morte.
Talvez, seja um pessimista neste ponto, embora seja um grande otimista, sobre a possibilidade dos quatro Poderes Institucionais atuarem em conformidade com suas Atribuições e Responsabilidades, para em EQUILÍBRIO MORAL e ÉTICO, evitarem o PIOR.
Não podemos nos esquecer, que os flagelos permitem que alguns poucos assumam o concreto PODER através dos respectivos DÉBITOS conquistados.
Ja estamos vendo "brasileiros ignorantes" destratarem nossos irmãos Taitianos, que pela Indústria do Racismo esta atrelando à COR, quando no fundo, é a histórica situação dos IMIGRANTES, que por sinal, nunca foi problema no Brasil, até HOJE.
Abraços Respeitosos,
Plinio Marcos
Plínio, é sempre um prazer sua presença.
Diferentemente, porém, sou otimista. vejo todas estas movimentações como um processo evolutivo. penso que tudo isso vai nos levar solucionar questões básicas à nossa sociedade. já pensamos (e temos a oportunidade agora) de levantarmos questões coletivas que não existiam antes e não havia espaço para tanto. mesmo que os excessos também levem estas reflexões para posturas e pensamentos reacionários e conservadores, trazem, no entanto, o debate e a reflexão justamente em relação a estas questões. penso que sairemos mais fortes de tudo isso.
abraços
© 2023 Criado por Luis Nassif.
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