(do cara Beto Ruschel, agradecendo aos navegadores Olhos Verdes)
Os sonhadores, esses contraventores das leis naturais e os navegadores – aqueles que sabem bem como usar a bolina de um veleiro, uns contra-ventantes do vento -, são espécimens semelhantes: Estão aí para imaginar como sublimar e vencer obstáculos, ir ventando até onde ninguém foi e, voltar no vento, vindo de onde não havia ninguém com os cabelos avoaçantes. Na paisagem lá de longe, desconhecida, pode haver de tudo, calmaria ou vento e, até, o mesmo aquilo quê há aqui e já está conhecido.
Do contato da vela com o vento – e mesmo não querendo, vejo vela e vento coalescendo feito gota que se junta pra ser rio - pra todo e sempre percebo que viajar no vento é estimulante, nos faz viver a todos.
“Navegantes antigos tinham uma frase gloriosa: “Navegar é preciso; viver não é preciso”. Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.”
Disse isso tudo aí de cima o Fernando Pessoa, que era franzino e viajava disfarçado para que ninguém pudesse adivinhar nele tão intrépido navegante.
Mas…
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“Si quieres ser feliz, como me dices, no analices, no analices.”
Este, era o Bartira em 1850 na Espanha no contravento do Fernando. Um vela, outro, vento.
E nós, aprendendo com quem venta e sonha ventando.
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E estremeço quando o Pessoa, disfarçado em seu terno de João Gilberto me assopra ao ouvido.
- Beto, as vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.
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Gracias, Edu. Lindo de mentira!!! seria horroroso. Ufa, escapei. Hahaha.
Beijos.
O génio aponta o caminho, o talento o toma.
Marie Von Ebner-Eschenbach
Una mujer (Paul Misraki - Pontal S. Rios - C. Olivari) # João Gilberto
Meditação (Tom Jobim - Newton Mendonça) # João Gilberto
Que Reste-T-Il De Nos Amours (Charles Louis A. G. Trenet) # Rosa Passos e Henry Salvador
E viva a inspiração da Cafú!!
abandonaram nada, cafu.
mesmo falando de não inspiração, surge a inspiração nesta bonita comparação.
e quequéisso de desistir? vamos de concurso e tudo e, no meio, dando um jeito de encontrar a poesia.
de concurso e pedra:
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