É evidente que o ataque do deputado bolsonarista Daniel Silveira ao Supremo Tribunal Federal (STF) é uma aposta preparada por seu chefe Jair Bolsonaro. Depois de decretada a prisão, Silveira desafiou o Ministro Alexandre de Moraes: “Você está entrando em uma queda de braço que não pode vencer”. A manifestação seguinte, do deputado Carlos Jordy, também bolsonarista, reiterando as ameaças, é a prova final do braço de guerra com o STF.
A lógica de Bolsonaro é simples:
1. Julga que comprou o Congresso com as emendas parlamentares garantindo a vitória do deputado Arthur Lira.
2. Julga que comprou as Forças Armadas, colocando cerca de 15 mil militares no serviço público civil.
3. Julga que comprou as igrejas, com o anúncio de Damares Alves, de que o governo irá garantir uma mesada para remunerar trabalhos religiosos.
4. Julga que comprou o mercado, colocando os negócios da privatização como prioridade. Através do mercado, sabe que comprou a mídia.
5. Julga que tem a blindagem do Procurador Geral da República.
A partir desse terreno conquistado, lança o repto ao Supremo. O Supremo não tem outra alternativa se não agir duramente contra o deputado. A bola vai para o Congresso, ao mesmo tempo em que outros deputados bolsonaristas reiteram os ataques ao Supremo.
Os congressistas estão em ponto de bala, aguardando a liberação das emendas parlamentares. Se reagirem à decisão do Supremo, negando a prisão, isolam a corte. Negando a prisão, estimularão novos ataques das milícias bolsonaristas. Se aceitarem as decisões do Supremo, Bolsonaro suspende as emendas. E retoma seu trabalho silencioso de solapamento das instituições, preparando-se para o próximo round.
Tudo isto em um país que caminha célere para a segunda onda de Covid, e acumula mais de 220 mil mortos pela doença.
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