Etanol de tubérculo tem potencial sustentável

DAYANA AQUINO
Da Redação - ADV

Diferentes linhas de pesquisas analisam tubérculos para a produção de etanol, com projeção de diversificar as matérias-prima para o etanol, reduzindo as perdas no período de entressafra. Uma das espécies estudadas, a mandioca, vem se apresentando viável para a cadeia dos biocombustíveis, embora ainda em caráter experimental.

Recente estudo sobre produção de etanol a partir da planta apontou que a cadeia produtiva da planta é potencialmente sustentável. A eficiência energética no cultivo e na industrialização se mostrou positiva, mas ainda é necessário mais estudos para aperfeiçoar as operações nas áreas fitotécnica e industrial.

O item mais oneroso do custo energético total da produção agrícola da mandioca foi o de insumos, que envolve calcário, manivas, inseticidas, herbicidas e fertilizantes.

A Embrapa, que trabalha com pesquisas sobre o potencial energético da planta, já desenvolveu uma cultivar que dispensa a hidrólise, tornando o processo mais barato. O órgão vai realizar um seminário específico sobre o tema para tentar nivelar e compartilhar o conhecimento sobre o assunto junto às classes pesquisadora e empresarial.

Estudo

As pesquisas de campo foram realizadas na região do Médio Paranapanema, em São Paulo, no período de janeiro a dezembro de 2007. O levantamento “Análise energética de sistemas de produção de etanol de mandioca”, foi publicado na revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental.

O argumento exposto da na pesquisa é de que no Brasil o uso do tubérculo na produção de energia sempre foi discutido, mas a baixa produtividade agrícola e o maior consumo energético necessário na fase de hidrólise acabavam por desmobilizar as iniciativas.

Em demais estudos sobre o tema, uma dos pontos favoráveis é que a mandioca é menos exigente em fertilidade do solo, podendo ser uma alternativa de produção nas áreas não aptas para o plantio de cana-de-açúcar. Áreas mais pobres podem ser favorecidas pela prática, ampliando a distribuição de renda interna.

Dados técnicos

O custo energético para a produção de um hectare de mandioca correspondeu a 9.528,33 megajoules (MJ) por hectare. Os gastos energéticos mais representativos se destinaram, respectivamente, aos insumos (35,72%), colheita (21,26%) e preparo da área (17,30%) que, juntos, somaram 74,27% do consumo energético total.

Os custos energéticos totais, considerando o consumo nas etapas de produção e de processamento somaram, 13,3 MJ por litro, enquanto a energia de um litro de etanol corresponde a 23,37 MJ, a eficiência energética da mandioca equivale a 1,76.

Segundo o texto, a adoção de técnicas alternativas de produção, como o plantio direto, uso de combustíveis renováveis no sistema produtivo e industrial e a utilização de adubações orgânicas, podem minimizar ainda mais o gasto energético empregado na produção de etanol sendo, portanto, promissores os limites a serem conquistados pelo segmento.

Clieque aqui para ler a pesquisa na íntegra




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Comentário de Sebastião de Oliveira em 24 maio 2010 às 21:43
Me parece um estudo muito superficial, não considerando custos com transportes que dependendo da distancia das areas plantadas com a usina se tornam proibitivos, e mais, na decada de 80 ainda no governo militar, importamos tecnologia russa e implantamos uma usina dessas em Sinop, norte de Mato Grosso, pesquisem e vejam os resultados não de laboratorios mas de campo e real, energeticamente não conseguia cobrir nem os custos dos transportes, resumindo uma catastrofe.
Quando se tem verbas abundantes governamentais fica tudo mais facil, porem comercialmente inviavel, vejam os casos do biodiesel a base de mamonas, sem subsidios não funcionam.
Comentário de Irineu Tolentino em 9 junho 2010 às 2:51
Os índios inventaram o etanol de mandioca antes mesmo da invenção do carro.
Comentário de Jaziel em 9 junho 2010 às 22:45
Uma coisa que acho é a mudança da palavra alcool para etanol, isso é bobagem... aném...

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