Internacionalização precisa de ações específicas

DAYANA AQUINO
Da Redação - ADV

Para atender um futuro mercado internacional de etanol, governo e indústria devem estar atentos às necessidades que virão a reboque dessa nova realidade. São necessárias políticas públicas específicas para alavancar o setor, com vistas ao desenvolvimento tecnológico e desenvolvimento interno da cadeia.

Essas são algumas das projeções do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que apresentou nesta quarta-feira (26), o estudo “Biocombustíveis no Brasil: Etanol e Biodiesel”.

Segundo o levantamento, no mercado interno, preços e custos do etanol são alguns dos fatores apontados como preocupantes. Os preços praticados no varejo podem levar a uma preferência pelas vendas ao
mercado de açúcar. No ano passado, a somada crise financeira internacional a um período de chuvas inesperado, gerou um desequilíbrio no setor, com preços mais altos nas bombas.

Em relação ao custo de produção, são necessárias novas ferramentas e tecnologias que aumentem a produtividade por unidade plantada e reduzam a diferença da produtividade agrícola em determinadas áreas.

Esse ambiente deve trazer mais segurança ao investidor, tornando mais favorável aos investimentos. Com o atual movimento de fusões e aquisições da indústria do etanol, novos grandes players devem chegar ao país, com vistas também a um mercado externo.

O levantamento do Ipea apronta uma preocupação com os danos ambientais. Embora ressalte que o etanol brasileiro não compete com alimentos, e que a previsão é de aumento de produtividade na mesma área plantada, há riscos aos recursos hídricos, solo e biodiversidade. Reduzir esses riscos, que podem se traduzir em perda de mercado ou concorrência desleal por empresas que não respeitam a legislação ambiental, deve ser foco de ações governamentais específicas, unindo a sustentabilidade ao de ganho de produtividade

O documento também aborda o equilíbrio de benefícios, pela conta de resgate de carbono, é necessário que se estabeleça políticas públicas para viabilizar a cadeia, como crédito, tecnologias semelhantes a cadeia do petróleo e acesso á terra.

Outro pontos são: novos empregos e melhor qualificação aos profissionais da cadeia; desenvolvimento da cadeia produtiva com vistas ao longo prazo, com vistas a um futuro mercado externo; investimentos em Pesquisa e Desenvovimento, com linhas de financiamento e programas contínuos de compatíveis com a dimensão do setor energético; e marco legal e regulação econômica, que alicercem as necessidades e desafios do setor, equilibrando a relação econômica, social e ambiental da cadeia.

Energia

A geração de térmica do etanol deve ser vista como estratégica para o futuro energético no curto e médio prazo no Brasil. Por ser complementar ao regime de chuvas e competitiva em relação aos custos e estarem próximas aos centros de carga, a cogeração deve ser considerada como importante fonte no planejamento energético. Toda a biomassa da cana, se aproveitada para a geração elétrica, pode acrescentar cerca de 11 mil megawatts médios até a safra de 2018-2019.

O estudo sugere uma agenda de leilões específicos de fontes renováveis somadas à modernização de usinas mais antigas, ampliando os ganhos de eficiência e ambientais.

Para acessar o estudo na íntegra, clique aqui.

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