As principais efemérides da música brasileira em 2009 são o cinquentenário da morte de Heitor Villa-Lobos e o centenário de nascimento de Carmen Miranda.
O primeiro é um dos maiores compositores que já tivemos. A segunda é uma das primeiras artistas nacionais a ter repercussão no exterior. (Clique aqui para acessar post sobre ela)
Ontem, na Folha de São Paulo, Irineu Franco Perpetuo publicou matéria intitulada “O Ano Villa-Lobos” sobre o cinqüentenário da morte do artista, anunciando as homenagens através de exposições, concertos e lançamentos no Brasil e no mundo.
"A data exata é apenas 17 de novembro, mas as homenagens pelos 50 anos da morte de Heitor Villa-Lobos já estão acontecendo. De Londres a Tóquio, passando pelas principais capitais brasileiras, o que não falta são concertos com obras de nosso maior músico erudito.
No Rio, cidade natal do compositor, o pianista Luis Carlos Moura Castro dá recital amanhã dia 9 de janeiro, na série Música nos Museus, que abrirá grande espaço à obra de Villa-Lobos.
Na mesma data, o maestro John Neschling rege a Filarmônica de Varsóvia, na capital polonesa, em um programa iniciado com os 'Choros nº 6'. 'Em duas semanas estarei dirigindo a Orquestra Nacional da Grécia, e meu solista será o Antonio Menezes, com o 'Concerto para Violoncelo' do Villa. Portanto, vamos comemorando', diz Neschling, cuja integral dos “Choros” vem sendo aclamada pela imprensa internacional e que programou uma série de obras do compositor para a Osesp tocar neste ano.
Não será a única orquestra brasileira a fazê-lo. A Filarmônica de BH, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro (Brasília), a Sinfônica Municipal de Campinas e a OSB (Rio) são outros grupos que incluem peças de Villa-Lobos em sua temporada. Em fevereiro, a soprano Adriane Queiroz canta as 'Bachianas Brasileiras nº 5' na Staatsoper de Berlim; em maio, Roberto Tibiriçá faz apresentações comemorativas em Portugal e na Venezuela, enquanto, em agosto, Roberto Minczuk vai ao Japão, para um concerto incluindo cinco das nove 'Bachianas Brasileiras'. No mesmo mês, o Cuarteto Latinoamericano faz, na Cidade do México, a integral dos quartetos de cordas do compositor.
O maestro e oboísta Alex Klein, que regeu aquele que possivelmente foi o primeiro concerto de Villa-Lobos do ano (no dia 3, em Portugal), pretende cruzar a efeméride, em junho, no festival Oferenda Musical, que acontece em São Paulo, dentro das comemorações do Ano da França no Brasil.
'Villa-Lobos, apesar de ter chegado 'já feito' em Paris, foi ainda muito influenciado pelo movimento musical francês da época, e influenciou a França com seu próprio brasilianismo individual', afirma.
Nelson Freire (foto a esquerda) começa em Paris, no dia 23, uma série de recitais de piano solo por capitais europeias, incluindo, ao lado de Brahms, Schumann, Chopin e Debussy, obras de Villa-Lobos, como as 'Cirandas' e 'Dança do Índio Branco'. 'Esta última finalizou muitos recitais meus quando era criança, entre 1956 e 1959. Depois disso, nunca mais toquei. Foi uma redescoberta', diz.
O Museu Villa-Lobos, no Rio, abriga, em março, uma exposição de fotos, filmes, documentos e partituras, e organiza, em novembro, seu tradicional festival de tributo ao compositor.
O ano prevê ainda o lançamento dos DVDs 'Alma Brasileira', de Marcelo Bratke, pela Biscoito Fino, em fevereiro, e da Sinfônica do Teatro da Paz (Belém), sob regência de Mateus Araújo, em março, com as 'Bachianas Brasileiras nº 7'.
Na área editorial, a Academia Brasileira de Música e a Funarte preveem para o mês de fevereiro o lançamento de uma edição revista, em quatro volumes, do 'Guia Prático' - uma antologia de cantos folclóricos, hinos, temas ameríndios e peças do repertório universal recolhidos, selecionados e arranjados por Villa-Lobos, para uso educacional.
E, no segundo semestre, a Publifolha deve lançar 'Folha Explica Villa-Lobos', do violonista Fábio Zanon. 'O universo sonoro de Villa-Lobos é uma coisa arrasadora, que esmaga qualquer questiúncula sobre seu alinhamento com a questão de nacionalidade ou com os cânones formais', afirma. Nossa ideia de Brasil seria muito mais pobre sem a leitura efetuada por Villa-Lobos de nosso patrimônio musical'".
Matando as saudades das composições de Villa-Lobos.
"Melodia Sentimental", interpretação de Barbosa-Lima.
"Trenzinho Caipira", interpretação do Grupo Boca Livre. (De quebra "Correnteza, de Tom Jobim).
"Estudos nº1 em mi menor", interpretação de Andrés Segóvia.
Comentário de Roberto Luis em 10 janeiro 2009 às 11:37
Laura, obrigado por mais este marco comemorativo. Já está na Linha do Tempo da Invenção Musical: http://tempomusica.blogspot.com/2008/12/material-de-pesquisa.html
Vamos ver se o Brasil se manifesta ou a regra prevalecerá. O país não conhece a sí mesmo.
Se houver novidades, sei que você vai publicar aqui, portanto voltarei.
Abraços, sucessos!
Roberto Luis.
Laura querida
Você, como sempre, antenada nos eventos comemorativos. Bom saber que o cinquentenário já começa a ser divulgado pela imprensa e comemorado no Brasil e no mundo. Acho que em novembro o Nassif poderia criar um "dossiê" sobre nosso grande e querido compositor nacionalista. Textos, imagens, vídeos... tudo em um só local. Que tal a gente se encarregar de cobrar dele o dossiê?
Beijos.
Comentário de Laura Macedo em 11 janeiro 2009 às 20:42
Helô, concordo plenamente com você. O nosso querido Villa-Lobos merece um "dossie" compatível com sua grande obra. Conte comigo, também, para as cobranças ao "chefinho". Valeu!
Beijos.
Laura,
como disse a Elizabeth: que país grandioso este, com seu povo tão lindo. sua música única.
agora, trenzinho e as bachianas, são excelência pura.
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