OS CACHORROS LOUCOS DO “RODA VIVA”



Há muitos anos assisto ao programa Roda Viva da TV Cultura. Aliás, assistia, pois deixei-o de lado a algum tempo. Mas na noite de ontem, 1º de outubro, abri uma exceção e fiquei assombrado com a desqualificação dos entrevistadores. O entrevistado era o José Dirceu, massacrado como “chefe de quadrilha” pela oposição liderada pelo PSDB, mesmo sem que nada, mas absolutamente nada haja sido provado contra o mesmo. Não foi uma guerra desleal, porque José Dirceu não é idiota como o corpo jornalístico permanente do programa. No entanto, e não poderia ser diferente, causou-me lástima ver um programa que, brilhantemente, em tempos passados, entrevistou grandes personalidades nacionais e internacionais com a decência pela qual deve ser pautado o jornalismo ético e imparcial.

Depois que o governo do Estado, indevidamente, sucateou a TV Cultura, eu havia deixado de assistir ao Roda Viva. Mas ontem, como o entrevistado era o José Dirceu, interessei-me e, por fim, acabei satisfeito, mas estarrecido com aquele grupo de “cães raivosos” que, na verdade, não queriam explicação alguma sobre o entrevistado e sim aproveitar para agredir de maneira vergonhosa o PT, o presidente Lula e a eleita Dilma Roussef, sobre a qual tiveram o desplante de dizer que ninguém votou nela, mas no Lula. Isso me levou a crer que esses tais, tidos como jornalistas, não sabem nada de eleições democráticas, não veem como se comportam no mundo todo os presidentes ou primeiros ministros de grande popularidade em relação aos seus escolhidos para a sucessão.

Alguns dizem que a comandante do programa, Marília Gabriela é pessoa culta e inteligente, além de boa jornalista. Não conheço sua formação acadêmica, o que, em muitos casos, não é tão importante. Mas sua carreira profissional sempre foi atrelada à imprensa de direita, onde ainda se mantém, estando no comando do Roda Viva, porque a TV Cultura, como já citei, presta-se, recentemente, a um jornalismo pouco isento, imposto por uma fundação que foi “engolida” com voracidade pelos “cães” do governo do Estado.

Em destaque deprimentemente negativo no programa o execrável Augusto Nunes, serviçal da nojenta revista VEJA, que muitos ainda conseguem ler. Mas, felizmente, nós sabemos bem quais são seus leitores.

Em tempo: Não defendo nem acuso o José Dirceu. Isso não compete a mim. O que me deixa perpléxo é a (des) qualidade espantosa do novo Rosa Viva, na "TV Diferente".